quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Sharon Jones & the Dap Kings - 100 Days 100 Nights


Esse vai pro meu amigo Gustavo Papel. Uma das MAIS FANTÁSTICAS cantoras de soul & funk da atualidade em seu terceiro álbum. Um disco impressionante desde a primeira faixa(na verdade não há faixas ruins no mesmo), numa volta perfeita ao r&b e ao soul dos 60's, com a voz perfeita de Sharon e a música dos Dap Kings(que também trabalharam com Amy Winehouse em Back to Black e na turnê). O primeiro tem uma levada mais funk, enquanto no segundo a bola caiu um pouco, mas ESTE é perfeito: a fusão exata destes estilos! Só ouvindo:


domingo, 21 de dezembro de 2008

Baby Greenish Eyes...

All I can say are that old words that maybe you're not intended to hear...
that "believe in me", or "trust me, I can make a whole lot better than some other have did..."
our experience...me and my all kinds of faults, mistakes, deceptions and delusions
every synonymous of cheat...made by them and made by me
you and your childish search along stupid lads
your search is my search separated by circunstances
and because of circunstances now they can stare
baby greenish eyes with a mole beside the lip...

Nouvelle Vague - Nouvelle Vague


Esse é um daqueles álbuns surpreendentes: imagine eu, um "punk aposentado", que descobriu (ainda que não tardiamente...) serem os rótulos limitadores, que adora a música em todos seus gêneros, com uma predileção pelo jazz e pela música brasileira(como a bossa nova), mas que ainda assim adora também aquelas canções maravilhosas concebidas por "péssimos músicos(no conceito técnico)" considerados "idiotizados" pelos conservadores, lá nos idos de 77, 78, até 80 e poucos...agora imagine esse mesmo eu descobrindo um grupo que pegava essas canções e as interpretava numa fusão de jazz e bossa nova inacreditável! Pois é...o coletivo francês Nouvelle Vague é exatamente isso: várias cantoras(Eloisia, Melanie Pain, Alex, Marina, Silja, Sir Alice, a brasileira Daniella D'Ambrósio e a deusa Camille), interpretando canções clássicas do punk e do pós-punk arranjadas pelos produtores e multiinstrumentistas Marc Collin e Olivier Libaux.

Esse é o primeiro ábum do grupo, lançado em 2004, trazendo tudo aquilo que eu já escutava há tempos mas numa roupagem até então impensável(aquelas típicas "como não pensei nisso antes?..."): estão lá Love Will Tear us apart(joy Division - resalva pessoal: com essa lembrei "dela"...rsrs), I just can´t get enought(Depeche Mode), Teenage Kicks(The Undertones), ah! Vale a pena a lista completa:


"Love Will Tear Us Apart" (Joy Division) – 3:18
"
Just Can't Get Enough" (Depeche Mode) – 3:07
"In a Manner of Speaking" (
Tuxedomoon) – 3:58
"
Guns of Brixton" (The Clash) – 4:06
"This Is Not a Love Song" (
Public Image Ltd.) – 3:47
"
Too Drunk to Fuck" (Dead Kennedys) – 2:16 (inacreditável!-se vc não conhece a original nã vai entender o que tô dizendo...)
"Marian" (
The Sisters of Mercy) – 3:53
"
Making Plans For Nigel" (XTC) – 3:32
"
A Forest" (The Cure) – 3:39
"
I Melt with You" (Modern English) – 4:00
"
Teenage Kicks" (The Undertones) – 2:13
"Psyche" (
Killing Joke) – 4:12
"Friday Night Saturday Morning" (
The Specials) – 4:22
"Sorry for Laughing" (
Josef K) (bonus track on limited edition and US edition) – 3:09

Eis o link:

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Considerações...

Realmente, o interesse(vulgo paixão...) é algo...exacerbado!rsrsrs
Se "ela" ler esses 3 últimos poemas vai achar o quê? exagerado, maluco, apressado, afobado, interessantemente alfabetizado, digno de confiança, pena ou recíproca, péssimo no xadrez das relações já entregando o jogo antes de ter qualquer visão da rainha, carente em constante luta com a carta da lua, imaginativamente ativo e etc?
Talvez seja tudo acima considerado e também o etc...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Uma quarta chuvosa

(ouvindo meu próprio coração...)

Hoje eu gostaria de fazer
canções diversas nas quais
eu pudesse me contar prá você
me dizer prá você
e hoje eu transbordo
tudo que quis dar e tudo que quis ter
todos os sons que vertem cores que soam
luminosos aforismos de amor
assim mesmo...sem sentido
fora do limite de quem sente o que quero te dizer...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Cowboy Junkies - The Trinity Session


Outra "daquelas noites"....este disco me acompanhava muito bem naquelas ausências que se pensa saber de quê sendo na verdade nada mais é que uma transferência desse algo sempre em alguém...deve ter faltado alguma vírgula aqui, mas tá inteligível. O que importa é que é um disco cheio desse sentimento indefinível, mas ainda assim...sei lá..."saudade do que nunca foi"...srsrsrsrs. Mas então:

Segundo disco dos canadenses do Cowboy Junkies, gravado em um único dia e(reza a lenda...)com um único microfone emprestado de uma igreja(a holy Trinity church - daí o nome do álbum)! Lançado em dezembro de 1988, trazia uma mistura de blues, country e rock, com um instrumental econômico mas eficiente, a voz nem sempre afinadíssima da vocalista Margot Timmins(mas linda sempre...)e aquela que seria considerada por Lou Reed como a melhor versão de Sweet Jane! Ouça em qualquer momento, mas "naqueles" principalmente:

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ela.....

(ouvindo joy division...)

Ela é solar
Ainda que noturna
Em seus hábitos e gostos
Há uma semana não queria vê-la
Hoje quero vê-la o tempo todo...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Gerald Wilson Orchestra - Theme for Monterey


É outro dos importantíssimos prá mim! Ouvi pela primeira vez na época do lançamento, no programa do Jaiminho na rádio Alvorada(Alvorada jazz especial) que tinha todos os domingos(eu largava a cerva no buteco prá ir ouvir o programa! Os "junkies" ficavam de cara com isso, mas amor é inexplicável, inexaurível e ininteligível...amor pelo jazz então...). Outro que tive de passar anos ouvindo a mesma fitinha basf até comprar o cd. Lançado em 98, foi uma das várias homenagens do maestro e compositor Gerald Wilson ao festival de jazz de Monterey. Trata-se de um mesmo tema, que já havia sido lançado numa versão inicial no disco anterior da GWO intitulado Monterey Moods, que aqui aparece concluído e irretocável! São 5 movimentos de uma suíte, cada uma num estilo jazzístico diferente(be bop, latino, swing, etc). É a prova de como um bom arranjador pode trasformar um mesmo tema de forma inacreditável! Sem contar no time de virtuosos que obtem alguns dos melhores momentos de suas carreiras. Nada mais...só ouvindo:




Obs: Esse é dificílimo de achar na rede(tive que pagar em dólar, mas valeu cada um!). Não perca tempo. Baixe logo se você AMA jazz que nem eu!

The Rolling Stones - Aftermath


Imagine a cena: um "eu" no início da adolescência(é só olhar a foto do perfil imaginar uma barba e pronto-dizem que não mudei muito...)entrando numa hoje extinta Câmbio Negro na galeria praça 7 procurando discos(vinis, lógico...)de blues e r'n'r e dando de cara na vitrine com uma caixa maravilhosa(importada, lógico também...)com os 11 primeiros discos dos Stones....sim, lá se foi quase todo o salário de office-boy!rsrs Mas valeu na época! Adquiri depois os cd's, mas ainda tenho obviamente essa caixa muito bem guardada. Os discos nos quais quase fiz um segundo furo foram o beggars banquet(cada novo namorinho fracassado era "No expectations"- "aquela puta...etc"srrsrs), o Let it bleed(mesma situação acima e tome "Love in Vain" e "Gimme Shelter"..."aquela p...enfim). Mas dos iniciais, Aftermath é imbatível:

Lançado em abril de 66, foi o primeiro disco deles composto apenas por músicas de Jagger e Richards. Apresentava Brian Jones ativo e experimental, tocando de sitar a flauta, de dulcimer a marimbas, de gaita a teclados, além de guitarra. Até 67, todos os Lp's dos Stones eram lançados em 2 versões, americana e inglesa, pois na inglaterra em regra não eram lançadas em Lp músicas já lançadas em compactos(neste caso, a melhor versão é a inglesa, pois contém 2 faixas a mais que a americana: Paint it Black e 19th Nervous Breakdown). Essencial simplesmente.

Como ressalva pessoal, neste album figura minha canção predileta dos Stones: Under my Thumb, que seria gravada também pelo the who naquele mesmo 1966.



(este link tirei do blog Collective Collection

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Blues prá uma Paixão Improvisada

(ouvindo Johnny Winter...)

Minhas paixões ás vezes vêm do nada
E sempre vão prá lugar nenhum...

Minha paixão grita, sobe na mesa, quebra o copo
Faz escândalo, ri de mim, ri de si
Puteia meu coração e depois chora...

O coração é caridoso demais
Meu otário perfeito
Na verdade sempre finge dar com o intuito de roubar
O que quer ter

O coração é mentiroso sobre tudo...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Scorpions - Virgin Killer


Essencial prá quem gosta de hard rock! Ás vezes me pergunto que desgraça aconteceu na cabeça das bandas após 1980(Scorpions incluso...)que não se fez mais discos como esse....que foi o quarto álbum da banda, lançado em 76 e sendo o primeiro a chamar a atenção do Scorpions fora da Europa. Guitarristas de hard e heavy, só um nome prá vocês: Uli Jon Roth! O resto da banda era formada por Klaus Meine, Rudolph Schenker, Francis Bhuchholz, Rudy Lenners, Achim Kirschining e produção de Dieter Dietz. A capa foi um caso a parte, censurada na maior parte do mundo por trazer a foto de uma garotinha de uns 10 anos nua, com a genitália coberta por um efeito fotográfico. Tudo é lindo!...


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Blue Öyster Cult - Some Enchanted Evening


Segundo disco ao vivo do Blue Öyster Cult, lançado em 1978(era prá ser um duplo, mas por pressão da gravadora saiu como lp simples). A audição desse disco foi uma daquelas paixões instantâneas(até conseguir o disco, fiquei quase 10 anos ouvindo uma fitinha gravada num cce...rsrs). Simplesmente difícil ouvir um registro com tamanha fúria, precisão técnica(algumas faixas são melhores que as originais de estúdio) e empolgação(tanto na platéia quanto na banda). Destaco E.T.I, Don´t Fear the Reaper e a cover de Kick out the Jams(com participação de Wayne Kramer). Não perca tempo:

domingo, 7 de dezembro de 2008

Concrete Blonde - Mexican Moon


Pouco a dizer...MINHA BANDA PREDILETA DOS ANOS 80 E 90 com aquela que considero uma DEUSA NA MÚSICA: Johnette Napolitano(uma das mais lindas e potentes vozes da música pop desde sempre, além de baixista e compositora irrepreensível). Esse é o quinto álbum de estúdio da banda, lançado em 19 de outubro de 1993(aqui na época chamavam esse som de surf music, vejam só...)produzido pela própria banda e por Sean Freehill, ótimos arranjos(sem largar o rock, lógico), todas as composições do álbum são marcantes(ao contrário do anterior Walking in London, que tinha seus momentos - aqui não: tudo é relevante!), trazendo uma influência hispânica forte, e foi ao mesmo tempo um "canto de cisne", devido as constantes crises na banda quase sempre motivadas pelo envolvimento de Johnette com drogas(após este eles ainda lançariam a coletânea Still in Hollywood e acabaria em 95. Houve um retorno em 2002 e gravação do álbum Group Therapy, mas aí já era tarde...) enfim: BAIXEM, BAIXEM! E vão escutar direto a faixa Heal it Up prá comprovar o que eu disse aqui. Eis o link:


http://www.4shared.com/file/74882065/ff6afd51/Concrete_Blonde_-_Mexican_Moon_-_192Kbps_Slave_Br.html

Velvet Underground - Loaded


Numa ensolarada mas ainda assim...huh..."melancólica" manhã de domingo, nada melhor que um Velvet Underground! Esse disco, Loaded, de 1970 é o quarto álbum do Velvet e foi a minha introdução ao som dessa banda que na época eu ouvia falar, mas era superdifícil conseguir material deles(só importado - a era pré cd era uma merda - e isso foi só há alguns anos meus caros!). Na gravação desse album, a bateria ficou por conta de Billy Yule, pelo fato da baterista Maureen Tucker estar grávida durante o período das sessões. Começa com a linda Who Loves the Sun e já emenda direto em Sweet Jane(a razão de eu ir atrás de material deles por já a adorá-la no disco ao vivo do Lou Reed "Rock and Roll Animal" de 74 que tem uma versão foda dessa música). O Lou aliás, depois desse disco deixaria a banda e se "associaria(aspas eróticas e profissionais...)" ao David Bowie e lançaria Transformer no ano seguinte. Eis o link:


Cut-up de uma manhã de domingo...

"Well I stand up next to a mountain..."

seu brilho é como um soco

o sol é como um dos piores inimigos(o que o deixa por isso mesmo no papel de um

dos melhores amigos...com sua verdade sincera...sua realidade me cega)

"...and chop it down with the edge of my hands..."

na realidade virtual dessa manhã

msn, orkut, emails e afins...

os quais evito aliás prá não te "encontrar"

de bobeira...o medo do "encontro" deve querer dizer algo...

"...I take all the pieces and make an island..."

alguém ligou e disse estar morrendo

sem ter mais ninguém no mundo

além de si...eu e minha boca de Angelina Jolie!

"...it might raise up a little sand..."

café, biscoito de queijo, o rei de copas é a carta do dia

"...I'm a voodoo Chile..."

mas quem vai quere um amor as 9 da manhã de um domingo?.....

eu não...

"...God knows I'm a voodoo Chile..."

sábado, 6 de dezembro de 2008

Hermeto Pascoal - Ao vivo em Montreux 1979



Não tenho muito o que falar desse disco. Quando começo a pensar que sei alguma coisa de música, recorro a este disco...é como um TAPA NA CARA!!! Gravado ao vivo no festival suíço de Montreux em 1979, mostra Hermeto e sua banda no auge do inacreditável! Por falar na banda:


Hermeto Pascoal (piano, saxophone tenor e soprano, flauta, vocalises), Itiberê Zwarg (baixo), Nenê (bateria, percussões, clavinet), Jovino Santos Neto (piano, clavinet), Cacau (clarinete, saxophone baritono e tenor, flauta), Nivaldo Ornelas (saxophone tenor e soprano, vocalises), Zabelê (percussões, vocalises), Pernambuco (percussões)


Foi lançado originalmente como vinil duplo(eu tenho!he,he) e é o que disse acima.....inacreditável mistura de música brasileira(forró principalmente-mas quem não sabe o que é forró, não se deixe levar por preconceitos!), free jazz e algo de indefinível que no auge da falta de assunto poderíamos chamar de genialidade! Só baixando:




(esse link eu tirei do blog "Jazz e arredores"



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Joe Cocker - With a Little Help from my Friends


Na hora de decidir com que álbum importante prá mim eu inauguraria os posts musicais fiquei naquela: "Qual????!!!" Bom, venceu o que ando "re-escutando" mais nessas últimas semanas:

o velho Joe e seu primeiro álbum! Gravado em 68 e lançado em 23 de abril de 1969, produzido por Denny Cordell, com mixagem de Tony Visconti(que viria a produzir clássicos da fase Berlinense de Bowie), e uma ficha técnica de músicos que contava com simplesmente 26(!) integrantes, dentre os mais ilustres Jimmy Page(inclusive as linhas de guitarra da faixa título são dele), Stevie Winwood, Mary Clayton(que naquele mesmo ano faria os vocais em Gimme Shelter no Let it Bleed dos Stones), Chris Stainton, Albert Lee, Madeleine Bell(que junto a mary também gravaria no mesmo álbum dos Stones, mas na faixa Country Honk), além de outros 20 igualmente fantásticos(incluindo o "dono" da casa nos vocais - na minha opinião -mais emocionantes e impressionantes de sua carreira!). Enfim....CLÁSSICO! Baixem e aproveitem!

01. Feeling Alright 02. Bye Bye Blackbird 03. Change In Louise 04. Marjorine 05. Just Like A Woman 06. Do I Still Figure In Your Life? 07. Sandpaper Cadillac 08. Don't Let Me Be Misunderstood 09. With A Little Help From My Friends 10. I Shall Be Released 11. The New Age Of Lily 12. Something's Coming On
Essa é a versão remasterizada com 2 faixas bônus The new age of Lily e Somethings coming on.
PS: é difícil não chorar com Bye Bye Blackbird.......


LINK PRÁ DOWNLOAD:
http://rapidshare.com/files/150029319/JoeCockerWithaLittleHelp.rar

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

FRAGMENTOS DE VIDA ESPARSA

Esse foi(ou é...) um livro que eu iria publicar em 2001. Uma coletânea de poemas feitos entre 96 e 2001. Por razões de um (talvez)excesso de auto-crítica não o lancei...mas depois de ver e ler tantos "poetas" piores, me tornei um pouco mais auto-indulgente e decidi compartilhá-lo antes que eu morra e ninguém descubra que eu era alfabetizado também...


FRAGMENTOS DE VIDA ESPARSA
SEM TÍTULO
Eu contenho tudo que me rodeia
a vaidade é certa e real - não ser o que
não é, e sim ser melhor sendo o que sou
meu disfarce/mundo me permite habitar
despercebido a flor do jardim em abandono
eu tenho tudo que preciso em mim
colho a esperança que me falta
do fracasso e expiro a vida para respirá-la
mais fundo depois
me permito metabolizar os erros antigos
não mais errar. Excluo da minha decisão apenas
os novos erros.
POIÉSIS TEDEUM
Odeio poesia - Morte ao poema
...E meu poema também foi estrangulado
Destituído de seu último verso
Pretenso bonito, meu amor morreu e celebro sua morte
Em meu poema...Eu sou o objeto do meu desejo
Esquecido em alguma curva do fracasso
Na estrada de chão da infância, que me reencontro
Agora na esquina - Invento a nova linguagem
Minha para mim mesmo:
Sem mais revoluções postiças!
Sem mais arautos para o que do olhar da alma
Já é tão sabido!
SEM TÍTULO
A docilidade da fêmea ao ser coberta
Era aquela que mostravas
Ao abrir as pernas
- nós dois - algo tão natural...
11 DE AGOSTO
Como que liberto
na procura ávida de quem não sabe
ao certo o que procura
mas essa falta
desesperada de algo que foi
- talvez sem nunca ter estado - sente
saio porta afora
amigo da lua
a pantomima das sombras sob os postes
sussurro ao vento:
"hoje quero vê-la como antes"
comigo um pedaço do asfalto preso ao tênis levo
na iminência do gesto dezenas de versos
- dentro de mim monólogos inexprimíveis -
levo uma flor de celofane
colhida do meio fio
"hoje quero vê-la ainda mais do que antes!"
sussurro ao vento
que prossegue surdo
a fecundar as flores...
do meu jardim
onde outrora só brotavam
folhas mortas e pedras
eternamente mudas.
CLITÓRIS TANTRA
Ela:
Rosa nos lábios
Negra entre as pernas
Invadida pela rigidez
do meu amor
Escancarada ela...
Nas paredes de algodão
listrado que
nos cercam ecoa
O mantra vaginal:
Hummmm...hummm...ai....
REQUIÉM
a Avelino, Yara e Maria Ezequiel
Daria meio mundo, se em mãos o
tivesse apenas para lembrar o que me disseste em
teu leito de morte àquela tarde
chuvosa da infância mas o mundo é meu campo
de visão é o que ocupa meu
olhar e não há como
dividí-lo ou compartilhá-lo contigo
nesta noite igualmente úmida enquanto cruzo meu corredor
senhor de meus fantasmas e em mim a luz é
soberana
tuas últimas horas foram dolorosas ou de paz
tremendamente única?.............
Logo saberei, mas não temo
a luz é soberana e me guiarei por
ela até
tocar-te em sonho
ou além .
SOB EFEITO DE MACONHA 02/08/00
A graciosidade da criação que pretensamente
poderia chamar de EU - invade essa tarde -
fim de todas as tardes e de nenhuma noite
sentado na poltrona do tempo - frase inútil -
nuvens cruzam o céu como aves migratórias
como que obrigado movo também _EU.
Mais tarde irei nos ver - do outro ambos somos
o espelho olha nos teus próprios olhos ao olhar
os meus...a alma minha nos teus óculos
não me iludo, tudo que fiz por mim mesmo desde então
foi te esperar.
IMAGENS
Me lembro de uma tarde chuvosa
De um sábado já tão distante
música
Copos de vinho
Nós dois
Declarações dissimuladas nos
Nossos olhos de amor
O incenso queimava
E em suas cinzas o
Perfume doce da flor
Aparentemente a vida
Continuou apesar
de nosso esforço por contê-la
Constatação:
a vida passa mesmo
Passa pelos dedos
Envelhece corpo e alma
Deixando objetos, amores
lembranças e cheiros
Que em outro dia nos serão
tão nostálgicos.
SEM TÍTULO
Como sempre. Tudo continua como sempre.
Salta pela janela caro ego e ganha
o Mahhat tattva em suburbanas ruas da mente
nas cidades
- concreto e aço e asfalto e abertas
fossas - atrás dos meus
olhos castanhos.
Encontrada a afeição pura
suguei seu seio, e ao
sugar seu seio puro veneno é sorvido.
Eu Chorava
ás vezes oU ás vezes sorria
ao eNgasgar-me
com seus cabelos negros e dIzer
tantas paLavras
santas e carIciosas de amor
que suficaNdo foram
ao beijar os Grandes lábios
úmidos e mUdos da
minha Afeição
TAIJASÃNI
Por não mais sabermos o
que dizer
ferimos nossos corações com palavras
duras...
Como sempre.
Como hoje.
Penso ser eu o único morto
da cidade a analisar o aspecto sombrio do não-ser
Sete Lagoas - então viúva minha -
velha Gibeom sitiada,
daquelas noites de vento parado
exalando silenciosa saudade em seu
velar,
sol e lua detidos
entre siderúrgicas nuvens.
.....................................................................................
Numa esquina
morta entre a rua Platina e a
linha férrea, àquela época
uma já desativada
ferrugem
graciosa
ela lambia
ajoelhada
as feridas da minha alma
agora nua, á espera do depois.
Assim me defrontei com a mais paradoxal
verdade,
O TEMPO,
a única coisa capaz de curar
toda e qualquer dessas feridas
e ao mesmo tempo salgar
impiedoso cada uma
delas...
tudo enquanto age como um bálsamo das minhas mágoas.
SEM TÍTULO
Me mande uma carta de amor
Cheia de mentiras
De amor
Bem intencionadas ou não
Por embriaguês
Desvêlo
Ou compaixão
Diga que me amas mesmo que mintas
Que na verdade amor por mim não sintas
Me dê essa certeza de alguma coisa
Uma qualquer coisa inexistente
Minha e tua
Amanhã me questiona se eu teria sido feliz
Em ser só teu só teu só
Teu ser só teu e nada mais
Que isso.
IMPRESSÕES TARDIAS
Eu que sempre julguei
não ter sentido a vida sem amor
na minha própria não o tinha até então...
amor ainda que hoje distância,
amor embora desengano e sendo
o aor filosófico, teórico apenas
belo só é enquanto mentira.
Na busca ao mesmo a liberdade máxima:
SER INFELIZ POR VONTADE PRÓPRIA.
SONETO
Antes fosse apenas ti
Minha cara solidão
Mas talvez seja a razão
Essa dor maior que sinto
.
O dilema de saber
Não ser esse o seu lugar
E saber não ter também
Outro lugar para onde ir
.
Ter em cada novo amor
Algo de último e primeiro
Negar do mesmo a existência
.
Mas ser dele prisioneiro
E ao final ter só a lambrança
Do que então podia ter sido.
SEM TÍTULO
Sigo caminhando rumo a um horizonte
Que não se afasta nem tampouco se aproxima...
Mas meu mundo é vasto
Mesmo sem cruzar os quatro cantos
Inertes do poente.
IMITAÇÃO DE VINÍCIUS
Passa lento o dia
Enquanto preenches com angústia
Os espaços vagos do meu tédio
( ... )Até o anoitecer procuro rimas
Que me tirem dessas reticências
Nas quais me puseste
Só então saio a tua procura
Nos cantos escuros das esquinas
Nos Pontos de lotação
E sigo as trilhas pelas quais
Talvez tenhas passado e nelas
Esquecido vossos passos
2:30 da madrugada, rua Equador...
Me desencanto...penso em ti por
Pura falta do que pensar.
TARDIA
Foi então que percebi
Ser solidão o
Meu
Instante no que
Chamas de tua vida.
CONVERSA COM PAULO LEÃO
Portas?
Qual delas
Importa?
Há de se abrir as portas para importar
Exportação emocional?
_______________ .
Não faço mais rimas para mulheres
Agora meus poemas são mais sérios.
Edifício Maletta 09/06/01
DUAS HORAS ANTES DELA PARTIR
Deserto de concreto pontilhado de melancólicas lâmpadas
Fluorescentes, incandescentes e neons, postes e marquises
Diante minha janela - reminiscências daquelas noites de
Solitários apartamentos empilhados em prédios cravados em
Bairros classe-média, centrais ou periféricos de
Onde me era permitida uma vista parcial e incompleta de algo
Que supostamente seria um belo horizonte
Imaginando o quanto custaria e o quanto demoraria para me ser servida
A felicidade: pelas metades me seria servida
Nos parcos intervalos de uma tristeza
FELICIDADE A LA CARTE; eu queimaria meus dedos, lábios e língua
Com ela ainda quente e lamberia o prato sujo em que ela me seria
Traga - marmitex de lixo ou porcelana sanitária?
O quão caro me sairia tão porco almaço, servido na imunda
Pensão da possibilidade?
Vê?
Sem você tudo era tão mais difícil
Te espero desde já
Volta o quanto antes
E afasta de mim esse algo sombrio
Que por vezes insiste em me manter cativo.
12/10/01
SONHO
Sonhei que morria
Só, mas eu estaria
Belo àquela manhã
Além de todo sofrimento
E como todo devoto do incognoscível
Feliz dos pigmentos de tão indistinto quadro
Te amo EU, já que ninguém te dizes!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

em construção.......