terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Blur - Blur


Stephen Street: talvez a mão mais certeira da música pop(de qualidade...) nos últimos 25 anos(Smiths, Morrissey e Cranberries são algumas das provas do que estou dizendo) - eu já era fã do cara por causa de Viva Hate(primeiro álbum solo de Morrissey de 87, no qual Stephen além de produzir, tocou baixo) quando 10 anos depois ele produziu Blur, 5° álbum da banda inglesa formada por Damon Albarn, Graham Coxon, Alex James e Dave Rowntre: sem dúvidas uma das maiores adições ao lo-fi e alternative nos anos 90. Reconheço que antes deste álbum, eu achava o Blur mais um porre brit pop de merda comparável a Oasis e similares bobagens hype do Reino Unido(o cálice sagrado dos ingleses depois dos anos 80 passou a ser a provável banda que seria chamada de “novos Beatles"...). Já nas primeiras notas de “Beetlebum" minha birra caiu por terra dando lugar a uma até então improvável interjeição: "Porra!!". Realmente, a música é do caralho...na sequência vem “Song 2" e “Country Sad Ballad Man" com a confirmação de que o disco era realmente bom e não apenas a faixa de abertura: todos os “segredos" da boa música pop estavam lá - do barulho na medida certa á técnica na medida certa passando pelas melodias memorizáveis à primeira audição...nada faltava nem sobrava(onde certamente entra a “mão" experiente e talentosa de um ótimo produtor - é claro que a banda compôs as músicas, mas o produtor faz com que elas aconteçam). Blur prossegue com faixas fantásticas como “I'm Just a Killer For Your Love" e “Look Inside America", concluindo com “The Essex Dogs" que, dependendo da versão do álbum(européia ou japonesa), inclui ao seu final 2 hidden tracks, “Interlude" e “Dancehall".
Em suma: disco obrigatório que entra na categoria “Coisas que Salvaram a Música dos Anos 90 do Fracasso Total"!


A tempo: o álbum seguinte do Blur, 13 é altamente recomendável, apesar de mais experimental e noisy do que este.

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http://mediafire.com/?qdjahzidyuw

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Minor Threat - Complete Discography

Tá certo, tá certo: é verdade que depois de bandas como o Minor Threat o punk rock(e sua vertente mais nervosinha - o hardcore - da qual o Minor é representante)se tornou mais sectário e preconceituoso(no aspecto negativo do termo)que qualquer evangélico que distribui panfleto falando que ouvir AC/DC vai te fazer ir pro inferno e que Raulzito tinha pacto com o diabo! Depois do Minor Threat surgiu: punk que não mete, que não come carne, que não bebe, que não fuma, que respira menos para poupar O2, que sofre dor de amor, que pensa que vai mudar o universo, que chora pela situação de abandono extremo e desespero insolúvel do mundo, aí fica bravo e decide montar uma banda para “fazer sua parte"...enfim, tudo isso com um “X" queimado á ferro ou tatuado no braço: SIM!!!OS “STRAIGHT EDGE" SURGIRAM AQUI!!!(inspirados pela música de mesmo nome onde o vocalista Ian Mackaye explicita suas “filosofias") Mas sejamos francos...o som do Minor era foda! Hardcore oldschool sem frescura ou rodeio algum(o nível de firula é zero nessas músicas! Tanto que todas as gravações de estúdio dos caras couberam em um só cd - a maior faixa deve ter 1'50").
Obrigatório para se entender a linha evolutiva do punk a partir de 1981.

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Sir Lord Baltimore - Kingdom Come

Kingdom Come, 1970: primeira vez em que o termo “heavy metal" foi usado para definir o estilo de uma banda. Na verdade o que se ouve no decorrer do primeiro álbum da Sir Lord Baltimore é a velha mistura já popularizada antes por gente como Hendrix e Blue Cheer: riffs de blues com o máximo de saturação e volume possível para a época(aqui no caso ajudado pelo som dos clássicos Orange no “talo"). Algo de novo? Sinceramente não, mas a banda tem uma importância inestimável no rock por ter conseguido unir a influência do blues rock com as vertentes mais...hum....“épicas", que seriam ouvidas no então nascente rock progressivo(vide alguns dos vocais do baterista Grant Garner - sim, baterista - e na mistura de violões e cravo de "Lake Isle Of Innersfree" )só que de uma forma menos irritante e pretenciosa.
Se você gosta de blues rock e stoner é imprescindível, mas se não for fanático também não vai fazer mal conhecer o som da “primeira banda de heavy metal" do mundo(pelo menos a ser rotulada assim...).

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Obs: quando me refiro a blues rock, não é nenhuma bobagem á la John Meyer. Não me entendam mal...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dr. Feelgood - Down By The Jetty

Nos idos de 1993 e 1994, a minha missa aos domingos começava as 22h, realizada na finada rádio 107fm e ministrada pelo reverendíssimo Marcelo Nova(vulgo Marceleza): o programa “Let's Rock”! Só lá, naquela época em que não tínhamos mp3 e afins á vontade, podíamos escutar pérolas perdidas na memória dos clubbers, rappers e new romantics dos anos 80, como Eddie & the Hot Rods e Stooges, chegando á novidades como a(na época) recém lançada caixa “Live Shit" do Metallica. Não tenho conta de quantas fitinhas k7 gravei naquelas noites para depois sair garimpando nos sebos belo-horizontinos os vinis originais. E numa dessas catas, encontrei o clássico aqui postado hoje: o primeiro álbum dos pub rockers do Dr Feelgood! Alguns consideram como proto punk, mas enfim...são só nomenclaturas que não mudam o fato de que o punk rock não era nada além de ...dãh...rock n' roll! Aqui temos rock em estado bruto, extraído direto dos primeiros discos dos Stones e dos Sonics(inclusive há aqui uma bela rendição de Route 66); influência clara do blues(representado aqui por Boom Boom de John Lee Hooker) e composições próprias empolgantes como She Does it Right e The More I Give. Indispensável para amantes do r n' r tradicional.

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http://www.mediafire.com/?o1d69kg4xzuv6oi

Epílogo: reza a lenda que em 1996, após a 107 ter sido comprada por uma igreja evangélica, todo o arquivo da rádio foi queimado, salvo algumas dessas pérolas salvas no último momento por alguns Djs mais espertos...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Suede - Dog Man Star

1994: o tal de “Britpop" tendo seu apogeu quando o Suede(chamado de London Suede nos USA) lança essa que talvez seja sua obra-prima. Crônicas musicais que versam sobre solidão, paranóia e uso de “heavy drugs", embaladas por guitarras arranjadas com maestria, orquestrações bem colocadas e ambiências que vão de white noise e moogs a Rhodes e metais diversos. Os vocais de Brett Anderson remetem ás vezes a U2 e em outras á Simple Minds, mas não chega em momento algum a ser cópia destes. O Suede não chegou a ter o destaque milionário que compatriotas bem menos talentosos(como Oasis) tiveram(infelizmente...), e este na época não foi um disco comercialmente tão bem aceito como o anterior, mas o tempo prova como sempre a inexatidão da crítica musical vigente...
Destaques máximos do álbum: We Are The Pigs, Heroine e The Wild Ones.

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http://www.mediafire.com/?xmwxgwyzd5j

Essa é a versão Expanded!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mercury Rev - Deserter's Songs

Arroubos de breve beleza sonora é o que se escuta nesse álbum do Mercury Rev de 1997. Se formos buscar alguma referência mais familiar, ela de certo seria... “velvetiana": melodias facilmente memorizáveis e de beleza aparentemente complexa, mas o termo mais adequado seria “bem feitas", apesar de contarem aqui com uma produção, em termos de orquestração e arranjo que o Velvet em sua época não poderia sonhar. Me lembro de uma resenha da Inti Anna Jones sobre o álbum Yerself is Steam num dos primeiros números da revista Dinamite, na qual ela se referia ao som do Mercury como “trilha sonora de sonho"...é um subjetivismo acertado! Esqueça as camadas de guitarras distorcidas e desafinadamente “velvetianas": aqui temos teclados e flautas maravilhosas(a cargo de Suzanne Thorpe) mescladas a solos de theremim e trumpete. Os vocalistas Jonathan Donahue e Sean “Grasshopper"(seguindo a linha “velvetiana"...)não são, em termos de afinação e técnica, exatamente...bem... “fantásticos", mas assim como Stephen Malkmus, conseguem transformar o que seria uma falha para alguns em despojamento e mesmo num contraponto bem vindo á toda complexidade e opulência harmônica/melódica circundante.
A belíssima faixa de abertura, Holes, foi, por alguma razão que desconheço, utilizada na trilha sonora do primeiro filme Pânico; Tonight it Shows mantendo a beleza; alguns instrumentais como a fantasmagórica I Collect Coins(com uma ambiência que lembra um fonógrafo em rotação alterada numa casa fantasma - aliás foi lançada uma versão totalmente instrumental desse álbum...dispensável, mas prá quem gosta...); Pick Up if You're There é outro bom momento já no final do disco.
Em resumo: vale muito a pena conhecer esse disco.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Hanoi Rocks - Bangkok Shocks, Saigon Shakes, Hanoi Rocks

Primeiro álbum da banda finlandesa mais cultuada do hard rock: Hanoi Rocks. Formada em 1979 pelos amigos Michael Monroe e Andy McCoy(nomes artísticos, mas acredite, os nomes reais são impronunciáveis...os caras são finlandeses...). Classificada por alguns de glam punk e por outros de glam metal, as referências do Hanoi Rocks vão bem além disso: talvez uma mistura de New York Dolls com Johnny Thunders & the Heartbreakers dê uma boa noção do som deles. Gravado e lançado em 1981, Bangkok Shocks, Saigon Shakes, Hanoi Rocks traz regravações de faixas gravadas em demos e compactos lançados anteriormente com relativo sucesso na Finlândia junto á composições novas do período(a maioria de autoria de Andy): Tragedy(maior sucesso do álbum e único single deste); Village Girl com seu riff empolgante;Don't you ever leave me(que poderia ter sido composta por Johnny Thunders - a influência é notável nesta faixa); Cheyenne(uma das poucas parcerias de Michael e Andy).
A banda sofreu várias alterações em seu line up até a estabilização em 1983, vindo a encerrar suas atividades em 1986, pouco tempo após a morte do baterista Razzle(vitimado numa colisão automobilística em L.A. quando se dirigia para uma festa na casa de Vince Neil, vocalista do Mötley Crüe). Em 2001, Michael e Andy se reúnem sob o nome Hanoi Revisited para alguns shows e acabam por reestruturar a banda com uma nova formação, voltando a se chamar Hanoi Rocks, gravando e excursionando até 2009, infelizmente sem o mesmo sucesso de antes. Enfim, o Hanoi Rocks foi a banda que disseminou(não criou...) todo um visual naquela primeira metade dos anos 80, mas com um adendo que a maioria de seus pupilos(como Mötley Crüe e Poison) deixaram de lado: o rock n' roll!

Obs: além deste álbum, é altamente recomendado o terceiro da banda, Self Destruction Blues, que continha as clássicas Taxi Driver e Beer and a Cigarrete(gravada pelo Guns N' Roses na época do Use Your Illusion, mas nunca lançada oficialmente).

http://www.mediafire.com/?6jgusmn4y3g

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Queens Of The Stone Age - Songs for the Deaf





Depois de um "longo e tenebroso" inverno, graças á inclusão digital(he,he) volto a postar aqui no blog coisas que salvam os ouvidos nesse dia a dia mediocrizante do qual ninguém consegue escapar totalmente ileso...desta vez com aquela que é sem dúvida minha banda de rock predileta do pós-2000: as rainhas da idade da pedra!
Lembro de minhas duas reações quando ouvi pela primeira vez o QOTSA:

1. Caralho! Ainda existe algo bom e interessante no rock pós-nu metal sem ser alguma babaquice chorosa ou chiliquenta tipo Mars Volta e System of a Down ou a ejaculação precoce adolescente simplória de algo como Foo Fighters!

2. Realmente...o filho da puta do Dave Grohl só consegue fazer algo que preste quando ele é empregado de alguém...e tocando bateria...bem longe de uma guitarra!

Esse foi o terceiro álbum do QOTSA e lançado em 2002. A produção é de Eric Valentine, Adam Kasper e do guitarrista e vocalista Josh Homme. Considerado por muitos(inclusive por massiva parte da crítica especializada)como o melhor álbum da banda. "You think I ain't worth a dollar but I feel like a millionaire", "Go with the flow" e o big hit "No One Knows" conspiram a favor dessa opinião. Mas não é de forma nenhuma apenas isso: "God is on the Radio" traz uma síntese perfeita do que seria esse tal de stoner rock que criaram para rotular o som de bandas como Kyuss e o próprio QOTSA - uma evocação de Blue Cheer e Black Sabbath da fase Ozzy, com seu riff totalmente blues com aquela saturação hiper grave que traz os velhos Ampegs e Oranges à memória; "I'm gonna leave you" tem um certo apelo pop sem abandonar o peso. Aliás essa é uma das características do QOTSA que a difere da maioria das bandas de sua geração: a união de ritmos interessantes, melodias marcantes e...peso. A "cereja" do bolo é sem dúvida a faixa de encerramento, "Mosquito Song", que traz tudo que foi citado acima mais um arranjo fantástico que inclui piano, viola, acordeon, além do ritmo central no violão de 12 cordas.
Enfim, um clássico do início do século XXI.


Download torrent:

http://thepiratebay.org/torrent/3280278

Obs: não deixe de ouvir os demais álbuns da banda, incluindo Rated R(fantástico!)
e o debut Queens of the Stone Age(ouça Regular John e depois pule para Mexicola...)




- Postado com BlogPress para iPad

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sociedade do Blues de Sete Lagoas: O Blues em mim

Post meu num novo blog sobre blues
Sociedade do Blues de Sete Lagoas: O Blues em mim: "Prum office boy que nem eu, o dia do pagamento só tinha aquele prazer(como é o dia de receber prá qualquer operário, proletário ou afim..."